quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Falando com a diva: Kiania Lima

Oláááá peopleeee,
Peço perdão pela falta de posts, mas é que essa vida de pré-vestibular, com um monte de coisas pra estudar, simulado, fora as aulas de inglês, aula de dança, apresentação, e claro, minha vida pessoal (se não o boyfriend começa a reclamar, né? hahaha), anda bem turbulenta e só hoje consegui sentar para fazer o post, sorry!!!!

Vamos iniciar uma nova tag aqui no blog, o "Falando com a Diva", aliás, mandem sugestões de quais divas vocês querem ver por aqui, ok???
Hoje vamos começar com a bailarina Kiania Lima. Tive a grande oportunidade de me aproximar desta pessoa incrível que ela é. Acreditem, se existe alguém no mundo que estuda e respeita MUITO a nossa profissão de bailarina, é ela.
Kiania é uma pessoa extremamente talentosa e esforçada, o que aliás é a combinação perfeita, né? Porque de nada adianta ter talento se não estudar e não se esforçar, certo? Ela com os seus 24 aninhos, já é uma bailarina com excelência. Entrou na casa de chá Khan El Khalili no ano passado e desde então é possível ver um enorme crescimento em sua dança.
Além da postura perfeita, braços lindos, figurinos sempre de qualidade, o quadril dela é giganteeeeeeeeeeeeesco, o que eu particularmente acho essencial para a dança do ventre. E ela tem em seu estilo a preferência pela dança do ventre tradicional, a dança do ventre pura, assim como grandes bailarinas antigas egípcias, e o mais legaaaaal, sem excluir a base do ballet clássico, o que eu também acho muito importante para qualquer bailarina. Enfiiiiim, ela é profissionalíssima, linda, estudiosa, um verdadeiro arraaaaaaaso.

Agora segue a entrevista com a Kiania, onde ela nos conta sobre o começo de sua carreira, suas fontes de estudo, opiniões, e dicas para todas as meninas que pretendem se profissionalizar e quem sabe um dia participar da Pré-seleção da Khan El Khalili.


1-) Conte-nos um pouco como foi o início da sua trajetória na dança do ventre.
R: Me apaixonei pela dança do ventre quando era apenas uma menina e vi duas bailarinas se apresentando em um programa de tv. Quando estava na quarta série do ensino fundamental uma amiga se apresentou no colégio e depois disso comecei a fazer aulas com a sua professora. No início era uma atividade bem informal e ao decorrer dos meus anos de estudos, aos 18 anos de idade, conheci o trabalho da bailarina egípcia Dina e me apaixonei profundamente por sua arte. Aquela mulher definitivamente havia me tocado. Decidi que gostaria de me profissionalizar. Paralelamente a isso, conheci a casa de chá egípcia Khan el Khalili e no ano de 2007 iniciei uma nova etapa de estudos.
Em 2010 prestei a pré-seleção de bailarinas da casa e em dezembro desse mesmo ano iniciei o meu verdadeiro processo de amadurecimento na dança, quando comecei a dançar na casa.
Até hoje me sinto no início da minha trajetória na dança do ventre. Ainda sou daquelas que ficam ansiosas esperando pela aula, mesmo depois de quase 15 anos...(rs)

2-) Cite algumas fontes de estudo importante para você.
R: Nesses anos de trajetória tive o prazer de ter contato com diversos tipos de mestres. Tanto nacionais como internacionais. Alguns em aulas regulares, outros apenas cursos e workshops. Creio que todos eles, até mesmo os que eu nunca conheci além de vídeos didáticos, acrescentaram muito em minha dança.
A bailarina egípcia Dina é minha maior fonte de estudos. Sou apaixonada por ela. Sua leitura musical apuradíssima e o jeito como ela tem domínio sobre todo o contexto cênico o qual está presente. A Dina é uma bailarina incrível. Outra bailarina que tenho estudado bastante e sou altamente fã é a brasileira Soraia Zaied (BRA/EGI). Além de estudar os vídeos didáticos, procuro ter contato direto com ela em aulas sempre que ela vem para o Brasil. Rachel Brice (EUA) também é uma grande fonte de estudos com relação a colocação de braços e postura. Sou apaixonada pela sua postura impecável. Malak Alaoani e Aziza Mor Saidi são grandes fontes de estudos. Sou aluna delas até hoje e me sinto honrada por tê-las tido como mestras em uma das etapas mais importantes do meu aprendizado. Ambas são maravilhosas, cada qual com sua autencidade. Também posso citar como minhas fontes de estudos as bailarinas: Souhair Zaki, Naima Akef, Fifi Abdo, Nagwa Fouad, Randa Kamel, Katie, Dalila do Cairo, Elis Pinheiro, Amani, Samara, Lucy, Maya Abi Saad, dentre outras.

3-) Quais foram suas maiores dificuldades no aprendizado da dança do ventre e como você as superou?
R: Minha maior dificuldade sempre foi a timidez. Sempre fui bastante dedicada e, modéstia à parte, pegava os passos com certa facilidade. Porém uma boa bailarina não é aquela que sabe fazer passos. Saber dançar é muito mais do que isso, principalmente para alguém que deseja se profissionalizar. Portanto, esse foi o meu maior desafio e a minha batalha travada contra mim mesma. Só consegui começar a vencer este desafio quando realmente "dei a cara para bater" e fui atrás de vencer o meu bloqueio. Dançar foi o remédio. Honestamente, Jorge Sabongi (o proprietário da casa de chá egípcia Khan el Khalili) teve papel fundamental nesse meu desenvolvimento através de seu curso de direção e preparação artística e nas suas observações quando assiste as minhas apresentações.
Além disso, acredito que o maior desafio, não só para mim, mas para grande parte das bailarinas, seja a liberação das emoções na dança. E não sei ao certo como dizer isso, mas não sei se alguém consegue superar isso completamente. Acredito que seja uma busca eterna.

4-) Você já esteve envolvida com algum outro estilo de dança?
R: Sim. Antes da dança do ventre tive contato com o Jazz por cerca de um ano. Também fiz 5 meses de ballet clássico paralelamente ao processo de pré-seleção de bailarina Khan el Khalili.

5-) Na sua opinião, quais qualidades uma bailarina profissional deve ter?
R: Disciplina e respeito. Disciplina para lidar com os compromissos e maratonas de estudos. Respeito não só pelos outros, mas por si mesma.